quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A senha da revolução de 5 de Outubro de 1910




Mandou-me procurar?
Passe, cidadão!



No dia 1 de Outubro a Comissão de Resistência é informada pelos marinheiros e praças dos regimentos que os navios se aprontavam para partir no dia 4 de Outubro e solicitam que se dê início imediato à revolta. No dia 2 de Outubro, Cândido dos Reis, Machado Santos e oficiais da marinha acordam no escritório do advogado Eusébio Leão, iniciar a revolução à 1 hora do dia 4 de Outubro de 1910.
Nesse mesmo dia 2 de Outubro à noite a Comissão de Resistência reuniu-se no Centro de S. Carlos, e ficou definitivamente resolvido que a revolta se iniciasse no dia 4 de Outubro à uma da madrugada.
A esta reunião assistiu o Dr. António José de Almeida. Machado Santos sai desta e procura encontrar marinheiros da sua confiança, tendo encontrado Carlos Cadete do navio Adamastor a quem entregou as bandeiras republicanas, que deveriam ser hasteadas nos navios, tendo este avisado igualmente o navio S. Rafael.
No dia 3 de Outubro é contactada a Artilharia 1 e Infantaria 16. Neste mesmo, os elementos civis são avisados do dia e hora marcados para a revolução. Não existiam mais sinais, os quais tinham levado ao fracasso do 28 de Janeiro de 1908. Existia uma hora e uma data, em que todas as forças se deveriam sublevar. Nesse mesmo dia dá-se o atentado contra Miguel Bombarda perpetrado por um doente mental e que o viria a matar.
Cabia a Miguel Bombarda coordenar os grupos de civis e ainda comandar aquele que procederia ao levantamento de Artilharia 1. Já no leito da morte, teve ainda tempo de passar o seu testemunho e a sua missão a Brito Camacho. Nesse mesmo dia o Almirante Cândido dos Reis, presente no Centro S. Carlos, transmite a todas as forças a senha da revolução que era a seguinte:

Mandou-me procurar?
Passe cidadão!

Nessa reunião o Almirante despede-se de Machado Santos, dizendo-lhe que era possível que não se voltassem a encontrar. Machado Santos encarregue de sublevar e comandar Infantaria 16, dá ordens para que um grupo de sessenta homens armados se dirigisse à porta de armas à meia-noite e quarenta e cinco minutos do dia 4 de Outubro de 1910, para que esta fosse aberta e então se procedesse ao levantamento das casernas.

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